O sofrimento nunca foi o plano original de Deus. Em essência, ele é fruto do pecado do Éden. Meu esposo sempre comenta que nesta vida, estamos vivendo a realidade de gênesis a partir do capítulo 3 e não antes dele. Antes dele, somente Adão e Eva tiveram o privilégio de viver e o perderam quando duvidaram do caráter de Deus preferindo acreditar no adversário que veio em forma de serpente. Deus não tem prazer no nosso sofrimento. Tanto é que Ele tem o plano B, que inclui seu filho morto e ressurreto por nós com o objetivo de termos uma vida abundante aqui na Terra e a certeza de vivermos a eternidade com Ele num lugar que não haverá choro, nem dor.
Mas falemos sobre três situações pelas quais somos acometidos de sofrimentos:
1) O nosso próprio pecado cometido - Davi disse que enquanto seu pecado não foi confessado, os seus ossos envelheceram e o seu gemido de dor era constante. Há uma relação direta do sofrimento com o pecado que cometemos, seja em ação, atitude, pensamento, sentimento. São sofrimentos desde doenças físicas a emocionais. Um exemplo básico disso é o pecado de não cuidar do corpo como templo do Espírito Santo. Podemos sofrer de várias enfermidades, desde diabetes até uma doença sexualmente transmissível. O mesmo se aplica em não cuidarmos da criação de Deus. Várias catástrofes vêm ocorrendo na Terra fruto da ação devastadora do homem, cuja missão deveria ser protegê-la e não destruí-la. Enfim, são inúmeros exemplos. Conheço pessoas que se dizem ateus e uma das causas é "como existe um Deus que permite tantas desgraças, doenças, tantas mortes e sofrimentos? Onde Ele está?". Não sabem eles que Deus não planejou nada disso e é escolha do homem colher o que vem plantando em sua própria vida e em seu meio. Logo, esse tipo de sofrimento pode ser evitado se vigiarmos a maneira como agimos conosco, com Deus e com o próximo, diante daquilo que já conhecemos de Sua Palavra, em como devemos viver.
2) O pecado de outro cometido contra nós - Muitas vezes, estamos sofrendo por injustiças, traições, indiferenças, abandonos, dores em nossa alma causadas por alguém, que de forma profunda nos atormentam. A bíblia fala que a raiz de amargura contamina a muitos. Quando somos feridos, temos a tendência de entrar num estágio de amargura, trazendo sofrimentos para nós e para os que convivem conosco. Tenho aprendido que não posso evitar o que alguém faz contra mim, mas está em minhas mãos escolher como reagir diante do que fazem contra mim. Davi foi perseguido sem causa por Saul e, inúmeras vezes, orou e buscou refúgio no Senhor, não sendo vingativo e nem guardando mágoa no coração. Portanto, esse tipo de sofrimento se evita com o perdão e vigiando a nossa maneira de reagir com aqueles que nos fazem mal.
3) O propósito de Deus, mesmo quando procuramos agir e reagir de maneira correta. Nisso, eu uso o exemplo clássico de Jó. Ele era conhecido como um homem justo, não só perante a sociedade de sua época como também perante o próprio Deus. Era humano, mas dentro de sua humanidade, sempre procurava se desviar do mal, sendo íntegro em suas ações e lutando diante de Deus pela integridade de seus filhos. Era o homem mais rico da sua região e tinha 10 filhos. O adversário disse para Deus que a integridade de Jó se dava pelo fato dele ter tudo que um homem deseja. Deus conhecia o coração de Jó e por isso permitiu que ele perdesse seus bens e seus amados filhos num só dia. Porém, ele o adorou. Mas o adversário ainda não satisfeito, queria tocar em sua saúde, o que aconteceu, permitido por Deus. Numa condição totalmente humilhante e num sofrimento quase que indescritível, Jó passou por um processo profundo de conhecer a Deus face a face, de entender que havia algo mais profundo em seu relacionamento com Deus do que viver uma vida religiosamente correta , e foi testado em sua carne. No final, foi aprovado e restituído de tudo. Esse tipo de sofrimento não há fórmula para se evitar. Bem que Jó tentou, ao sacrificar, constantemente, pela vida de seus filhos. Faz parte de um propósito maior que Deus só nos revela depois que passamos por todas as fases. Nem todos conseguem sobreviver a ele. Alguns sucumbem na primeira perda. Mas todos que utilizam essa experiência para aproximarem-se de Deus e manterem-se fiéis a Ele, recebem uma recompensa vista por todos que viram suas lutas e derrotas. São duplamente honrados e tornam-se testemunhas de um agir que foge aos padrões que esperamos, pois, em geral, queremos ser poupados de dores. Grandes homens e mulheres de Deus são forjados nesse tipo de sofrimento. Mesmo este, não creio que seja projeto original de Deus, mas é, após Gênesis 3, uma estratégia divina de nos aproximar Dele e ver o nosso relacionamento com Ele como mais importante do que todas as bênçãos que Ele possa nos dar.
Conclusão:
Por que sofremos? Essencialmente por causa do pecado do Éden. Nunca foi plano de Deus e Ele mesmo prepara um lugar onde não haverá mais dor e onde viveremos eternamente com Ele. Mas na nossa história aqui, há situações que atraem sofrimentos específicos. Quando pecamos e quando pecam contra nós. Ambas podemos evitar, evitando o pecado em nós e reagindo ao pecado do outro como a bíblia orienta, através do perdão. Mas quando Deus tem um propósito maior, mesmo agindo e reagindo de forma íntegra, somos levados a um deserto para sermos aprovados e entendermos de uma vez por todas que a intimidade com Deus foi o nosso maior prejuízo e ela pode ser restituída através de Jesus, que se manifesta sobrenaturalmente em nossas dores e perdas nos levando a uma vida sobrenatural e de restituições na presença de Deus e dos homens.
Adriana Garcia.
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