sábado, 13 de fevereiro de 2016

PEÇA AJUDA!


Gostaria de tratar desse tema, porque tenho visto vidas jovens sendo destruídas por não terem a coragem de pedir socorro. É claro que algumas pessoas sabem solicitar ajuda quando necessário, outras são especialistas em pedir ajuda o tempo inteiro, o que não parece sadio. Mas quero me limitar a discorrer um pouco sobre aqueles que jamais pedem ajuda. Em mais de 15 anos trabalhando com aconselhamento e ajudando pessoas, algumas vezes me encontro incapaz de fazer algo pelo simples fato de perceber o quanto alguém precisa, urgentemente de ajuda, mas não a pede, e age como se tudo estivesse bem. Então, me fiz a seguinte pergunta: por que uma pessoa que está precisando de ajuda não a pede? Deparei-me com alguns sentimentos mais comuns que podem estar impedindo essa pessoa de ser ajudada.
1. Orgulho - Pessoas que não costumam pedir ajuda pra ninguém, escondem um tremendo orgulho na frase: "eu não gosto de incomodar ninguém. Cada um tem seus problemas". Em muitos casos, o sofrimento dessas pessoas está associado a decisões que ela tomou sozinha, e até contrariando o conselho das pessoas mais próximas. Logo, elas até disfarçam, tentando viver uma vida normal, mesmo que por dentro estejam destruídas. Pois essas pessoas jamais aguentariam alguém lhes dizer: "eu não te disse?". O orgulho é o pior sentimento que alguém pode carregar, pois além de afastar as pessoas, afasta o próprio Deus. A bíblia é clara quando diz: "Deus resiste ao orgulhoso".
2. Auto-suficiência - irmão do orgulho, esse sentimento acompanha pessoas que passaram por muitas situações difíceis e que tiveram que vencê-las sozinhas ao longo de suas histórias. Vencer, sem a ajuda de ninguém, já é uma rotina, mas trás em si uma independência que não é saudável, pois, em algum momento e em algumas circunstâncias, por mais capaz que a pessoa seja, ela irá precisar do outro para auxiliá-la. O "nosso braço" não nos garante a vitória.
3. Desconfiança exagerada - Muitas pessoas, magoadas pelas experiências de traição, abuso, e injustiças, acabam decidindo não confiar em mais ninguém. Uma frase comum é: "Eu só confio em Deus". Isso é positivo quando não é gerado pela decepção. Deus, acima de qualquer pessoa, quer e pode nos ajudar em tudo. Isso é fato. Mas a história mostra que Ele usa pessoas para fazer isso. Portanto, confiar que Deus irá lhe ajudar, também é confiar que Ele colocará as pessoas certas em seu caminho para isso.
4. Auto-estima baixa - Talvez a falta de amor fundamental, o descaso e a indiferença de pessoas que deveriam amar e proteger, fez com que essa pessoa chegasse a conclusões erradas a respeito de si mesma. Elas realmente acreditam que ninguém se importa com seus problemas. Algumas, nesse caminho, que também é uma manifestação de orgulho, acabam desistindo da vida, pelo suicídio, ou mesmo se isolando das pessoas, vivendo auto-centradas e auto-protegidas. Infelizmente, com a desestruturação familiar em que passa a nossa sociedade, um número maior de pessoas estão se equipando com orgulho e auto-suficiência, com desconfiança e baixa auto-estima, vivendo uma vida solitária em meio a multidão.
Gostaria de desafiar você a se auto-examinar. Caso tenha identificado alguns desses sentimentos, quebrante-se diante de Deus e peça socorro a Ele, primeiramente, reconhecendo a sua pequenez e carência e a grandeza e o amor Dele por você!Peça perdão por suas decisões independentes Dele! Em seguida, ore também pedindo que Ele mostre a você a(s) pessoa(s) certas que irá(ão) lhe auxiliar naquilo que você necessita, mesmo que para isso, ela(s) tenha(m) que confrontar você! Receber ajuda não é algo confortável. A bíblia diz que bem melhor é dar, do que receber. Portanto, é necessário uma dose grande de humildade. Deus irá aproximar-se de você de uma maneira extraordinária. Ele lhe mostrará o poder da interdependência e derramará o amor Dele em seu coração lhe dando esperança, seja qual for o seu problema. Não se isole, não fique sozinho, não esconda sua dor. Há sempre uma saída. Peça ajuda!
Adriana Garcia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A SUTIL E PERIGOSA IDOLATRIA NOS NOSSOS RELACIONAMENTOS


Deus sempre abominou a idolatria. Ele sabia que isso faria com que o homem perdesse seu propósito e comprometesse o seu destino. Portanto, a única forma de nos mantermos longe dela é desenvolvermos uma vida de adoração unicamente a DEUS! Mas isso não é uma tarefa muito fácil, nem mesmo para os mais defensores das verdades bíblicas, pois nosso coração é corrupto e idólatra naturalmente. Se não nos curvamos diante de uma imagem, facilmente nos curvamos diante de nossos desejos carnais e diante de pessoas e projetos que consideramos a nossa própria vida. Logo nos acostumamos com ídolos "inofensivos" e justificamos nossos atos porque chamamos o que fazemos de expressão de "amor".
Existem algumas frases que são muito comuns e que me causam espanto. Elas são sinais de que estamos idolatrando alguém ou alguma coisa. Vejamos alguns exemplos: "Eu não existo sem você"! "Minha família é tudo pra mim"!"Não conseguiria viver sem meus filhos"! "Não imagino como seria minha vida sem minha mãe"! " Meu pai é tudo pra mim. Sem ele, eu morreria"! " Meu esposo é tudo que eu tenho e jamais sobreviveria se ele partisse antes de mim"! " Meu emprego é o que tenho de mais importante. A vida acabaria se eu fosse demitido"! "Sem exercer o meu ministério, não tem mais sentido a vida para mim"! Meus amigos são seres indispensáveis que jamais quero perder. Sem eles, eu não sou ninguém!".
Tenho certeza que você já ouviu essas frases de alguém e talvez pronunciou algumas delas. Isso é tão humano que até admiramos a expressão desses sentimentos, especialmente quando partem de filhos aos pais e pais aos filhos. Logo, confundimos o "gostar deles e sermos gratos a eles" com o "não conseguimos viver sem eles" aí a idolatria entra em nosso coração em formato de um "amor" que consideramos legítimo e justificado e coloca a nossa alegria nas mãos de terceiros e não nas mãos Daquele que deveria ser a fonte de nossa alegria e propósito.
Infelizmente, essa realidade é tão nítida que se manisfesta quando vemos pessoas suicidando-se por causa do fim de um relacionamento amoroso. Vemos mulheres entrando em depressão por causa de um divórcio. Vemos mães vejetando por causa da morte de um filho e filhos desajustados por causa da falta de seus pais. Quão terrível é dar o coração a nós mesmos e aos outros. Deus nos pede o nosso coração de forma tão amorosa pois Ele sabe o quanto sofreremos se o entregarmos a qualquer outra pessoa ou missão que não seja a Ele mesmo. Deus nos pede além do coração, inteireza de coração. Ele não nos quer pela metade.
Fico pensando como esse conceito idólatra de que só somos felizes se tivermos tal coisa ou tal pessoa tem até condenado vidas numa sentença que Deus não planejou para elas. Frases como: "Só encontrando um grande amor serei feliz"! "Só sendo mãe serei completa"! " Só quando tiver minha casa própria e meu carro serei independente"! "Só quando eu tiver um emprego público estarei seguro"! Então, confundimos os sentimentos e procuramos a felicidade, a plenitude e a segurança naquilo que é tão efêmero quanto a nossa própria vida! Todas essas conquistas são legítimas mas jamais deveriam ocupar o lugar de Deus em nossas vidas, pois na verdade é somente sem Ele que não podemos viver! Ele é o sentido da vida, Ele nos enche Dele mesmo, Ele nos dá a segurança que não tem relação com um emprego estável ou com uma casa própria. Você consegue perceber que idolatrar algo nos faz tão pequenos e falíveis quanto é o nosso ídolo? Você deve conhecer pessoas que tinham muito dinheiro mas não resistiram ao câncer. Você pode lembrar de pais cuidadosos que não impediram que seus filhos morressem tragicamente. Você pode ter ido a vários velórios de pessoas que deixaram casas e carros para serem motivos de confusão na vida dos que ficam. Quão tolos somos quando esquecemos de entregar a nossa vida por completo Àquele que está sussurrando diariamente: "Filho(a), dá-me o teu coração"?
Jesus desafiou os discípulos a deixar tudo! Ele sabia que só estava disposto a fazer a vontade do Pai quem estivesse desprendido daquilo que é importante para alcançar o que é fundamental.
Os relacionamentos, sejam eles familiares, eclesiásticos, fraternos ou profissionais, estão infectados por esse mal que tira Deus do altar. Durante quase 15 anos, tenho trabalhado com aconselhamento e o que vejo é que a idolatria em nossos relacionamentos está adoecendo as pessoas e fazendo-as tomarem decisões cujos frutos serão amargos. Um exemplo clássico é um filho ter que escolher uma profissão contrária a vontade dele para não desapontar a vontade e o sonho dos seus pais o que é algo socialmente reconhecido como um valor, mas que tira aquele jovem do lugar que Deus quer e o lança no lugar que os seus ídolos sonham. Outro exemplo é uma mãe não viver a sua vida e interferir na vida dos seus filhos casados com o fim de continuar protegendo-os. Ela se expõe a todo tipo de enfermidade gerada por ansiedades e preocupações que não deveriam ocupar seu coração.Os filhos tornam-se reféns de uma falsa culpa, pois mesmo adultos, precisam continuar fazendo a vontade da mãe para não desapontá-la e como única forma de agradecer o seu cuidado. Outra situação é alguém doar-se por completo a outro, independente de qual seja a relação, mas com o fim de que a outra pessoa também seja capaz de fazer o mesmo, o que nem sempre ocorre e gera uma frustração eterna pelo tempo e pela dedicação dispensada sem retorno. O fato é que idolatrar alguém sempre gera uma expectativa do que esse alguém pode fazer. Aí, discorreria um livro sobre o assunto e não seria suficiente diante dos desastres que esse tipo de sentimento pode causar tanto no ídolo quanto no idólatra, especialmente a manipulação das emoções e ações.
Depender de Deus não nos faz reféns Dele, mas verdadeiramente seguros de tudo que precisamos para vivermos e sermos completos nesta terra, independente das circunstâncias que nos aguardam. Ele não é manipulado e nem controlado por quem o adora. Ele é soberano e nos ama com tanta perfeição que faz parte do Seu tratamento nos frustrar de vez enquando. Ele também se alegra em nos dar pessoas e coisas, mas se entristece quando elas ocupam o lugar que deveria ser somente e eternamente Dele. Deus tem saúde física e emocional e relacionamentos frutíferos e abençoados pra nos apresentar, se nos desprendermos daquilo que insiste em competir com Ele. Uma vida de adoração a Deus nos livra da mais sutil idolatria e nos faz amar e sermos amados na dose certa. Nos faz manifestar esse sentimento com equilíbrio e nos impulsiona a realizarmos a vontade de Deus, tirando a nossa própria vontade do altar do nosso coração.Pois a vontade Dele é boa, agradável e perfeita. Ele não deseja nos tirar nada, mas nos manda colocar todas as coisas e pessoas em seus devidos lugares para encontrarmos a paz e a harmonia que Ele planejou para nós!
Se,com estas palavras, você foi confrontado(a) e encontrou traços de idolatria em seus relacionamentos, é hora de pedir perdão a Deus, confessar seu pecado e receber Dele a liberdade que só a verdade consegue proporcionar! É hora de viver essa liberdade, sabendo quem é você, quem são as pessoas e quem é Deus! É hora de destronar os falsos deuses a quem você serve há tanto tempo e entregar-se por inteiro Àquele que é O Senhor!
Com tremor,
Adriana Garcia.

domingo, 31 de janeiro de 2016

POR QUE SOFREMOS?


O sofrimento nunca foi o plano original de Deus. Em essência, ele é fruto do pecado do Éden. Meu esposo sempre comenta que nesta vida, estamos vivendo a realidade de gênesis a partir do capítulo 3 e não antes dele. Antes dele, somente Adão e Eva tiveram o privilégio de viver e o perderam quando duvidaram do caráter de Deus preferindo acreditar no adversário que veio em forma de serpente. Deus não tem prazer no nosso sofrimento. Tanto é que Ele tem o plano B, que inclui seu filho morto e ressurreto por nós com o objetivo de termos uma vida abundante aqui na Terra e a certeza de vivermos a eternidade com Ele num lugar que não haverá choro, nem dor.
Mas falemos sobre três situações pelas quais somos acometidos de sofrimentos:
1) O nosso próprio pecado cometido - Davi disse que enquanto seu pecado não foi confessado, os seus ossos envelheceram e o seu gemido de dor era constante. Há uma relação direta do sofrimento com o pecado que cometemos, seja em ação, atitude, pensamento, sentimento. São sofrimentos desde doenças físicas a emocionais. Um exemplo básico disso é o pecado de não cuidar do corpo como templo do Espírito Santo. Podemos sofrer de várias enfermidades, desde diabetes até uma doença sexualmente transmissível. O mesmo se aplica em não cuidarmos da criação de Deus. Várias catástrofes vêm ocorrendo na Terra fruto da ação devastadora do homem, cuja missão deveria ser protegê-la e não destruí-la. Enfim, são inúmeros exemplos. Conheço pessoas que se dizem ateus e uma das causas é "como existe um Deus que permite tantas desgraças, doenças, tantas mortes e sofrimentos? Onde Ele está?". Não sabem eles que Deus não planejou nada disso e é escolha do homem colher o que vem plantando em sua própria vida e em seu meio. Logo, esse tipo de sofrimento pode ser evitado se vigiarmos a maneira como agimos conosco, com Deus e com o próximo, diante daquilo que já conhecemos de Sua Palavra, em como devemos viver.
2) O pecado de outro cometido contra nós - Muitas vezes, estamos sofrendo por injustiças, traições, indiferenças, abandonos, dores em nossa alma causadas por alguém, que de forma profunda nos atormentam. A bíblia fala que a raiz de amargura contamina a muitos. Quando somos feridos, temos a tendência de entrar num estágio de amargura, trazendo sofrimentos para nós e para os que convivem conosco. Tenho aprendido que não posso evitar o que alguém faz contra mim, mas está em minhas mãos escolher como reagir diante do que fazem contra mim. Davi foi perseguido sem causa por Saul e, inúmeras vezes, orou e buscou refúgio no Senhor, não sendo vingativo e nem guardando mágoa no coração. Portanto, esse tipo de sofrimento se evita com o perdão e vigiando a nossa maneira de reagir com aqueles que nos fazem mal.
3) O propósito de Deus, mesmo quando procuramos agir e reagir de maneira correta. Nisso, eu uso o exemplo clássico de Jó. Ele era conhecido como um homem justo, não só perante a sociedade de sua época como também perante o próprio Deus. Era humano, mas dentro de sua humanidade, sempre procurava se desviar do mal, sendo íntegro em suas ações e lutando diante de Deus pela integridade de seus filhos. Era o homem mais rico da sua região e tinha 10 filhos. O adversário disse para Deus que a integridade de Jó se dava pelo fato dele ter tudo que um homem deseja. Deus conhecia o coração de Jó e por isso permitiu que ele perdesse seus bens e seus amados filhos num só dia. Porém, ele o adorou. Mas o adversário ainda não satisfeito, queria tocar em sua saúde, o que aconteceu, permitido por Deus. Numa condição totalmente humilhante e num sofrimento quase que indescritível, Jó passou por um processo profundo de conhecer a Deus face a face, de entender que havia algo mais profundo em seu relacionamento com Deus do que viver uma vida religiosamente correta , e foi testado em sua carne. No final, foi aprovado e restituído de tudo. Esse tipo de sofrimento não há fórmula para se evitar. Bem que Jó tentou, ao sacrificar, constantemente, pela vida de seus filhos. Faz parte de um propósito maior que Deus só nos revela depois que passamos por todas as fases. Nem todos conseguem sobreviver a ele. Alguns sucumbem na primeira perda. Mas todos que utilizam essa experiência para aproximarem-se de Deus e manterem-se fiéis a Ele, recebem uma recompensa vista por todos que viram suas lutas e derrotas. São duplamente honrados e tornam-se testemunhas de um agir que foge aos padrões que esperamos, pois, em geral, queremos ser poupados de dores. Grandes homens e mulheres de Deus são forjados nesse tipo de sofrimento. Mesmo este, não creio que seja projeto original de Deus, mas é, após Gênesis 3, uma estratégia divina de nos aproximar Dele e ver o nosso relacionamento com Ele como mais importante do que todas as bênçãos que Ele possa nos dar.
Conclusão:
Por que sofremos? Essencialmente por causa do pecado do Éden. Nunca foi plano de Deus e Ele mesmo prepara um lugar onde não haverá mais dor e onde viveremos eternamente com Ele. Mas na nossa história aqui, há situações que atraem sofrimentos específicos. Quando pecamos e quando pecam contra nós. Ambas podemos evitar, evitando o pecado em nós e reagindo ao pecado do outro como a bíblia orienta, através do perdão. Mas quando Deus tem um propósito maior, mesmo agindo e reagindo de forma íntegra, somos levados a um deserto para sermos aprovados e entendermos de uma vez por todas que a intimidade com Deus foi o nosso maior prejuízo e ela pode ser restituída através de Jesus, que se manifesta sobrenaturalmente em nossas dores e perdas nos levando a uma vida sobrenatural e de restituições na presença de Deus e dos homens.
Adriana Garcia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

UM SENTIMENTO CHAMADO CULPA


A culpa é algo positivo a partir do momento em que sei o que fazer com ela. Esse sentimento nos invade quando reconhecemos que fizemos algo de errado, que feriu alguém, ofendeu a Deus ou nos prejudicou. A bíblia diz que devemos confessar as nossas culpas uns aos outros e orar uns pelos outros para sermos curados. Logo, carregar, sozinhos, nossa culpa é algo que nos torna enfermos na alma e até no corpo.
Ao morrer na cruz, Jesus carregou sobre si não só os nossos pecados mas também os sentimentos que eles geraram em nós, como a vergonha e a culpa. Então, através da Cruz, podemos nos livrar do peso que a culpa nos trás e através de um relacionamento com alguém de confiança, onde podemos confessar os nossos pecados e nossas vergonhas, colocando-os em oração diante de Deus, podemos ser curados (as).
Mas o que fazer com a falsa culpa? aquela imposta por outras pessoas ou por nós mesmos, ou por ditaduras religiosas, mas que não foram geradas por algo que fizemos de errado aos olhos de Deus? Confesso que muitas pessoas estão mais doentes por carregarem uma falsa culpa do que uma verdadeira. Traumas, palavras de maldição ditas por pessoas importantes no passado, acabam ecoando nos corações que ficam encarcerados por esse sentimento diabólico e opressor que ora paralisa ora enche de justificativas desnecessárias suas vítimas.
Geralmente, pessoas que convivem com manipuladores (as), são presas fáceis desse sentimento. A arma mais potente de um(a) manipulador(a) é impor uma falsa culpa na mente de quem ele(a) manipula. Infelizmente, nem sempre podemos nos afastar desse tipo de pessoa, especialmente quando é parente, ou chefe no trabalho. Elas são de todas as idades, raças, e religiões. Pode ser um pai, uma mãe, um cônjuge, um filho, um irmão, um patrão, um amigo, um pastor, enfim. Não é fácil se libertar desse sentimento porque, normalmente quem o planta em nós é alguém que amamos, com quem nos importamos e diante de quem, queremos a todo custo, sermos aceitos. É interessante que quem manipula sabe de tudo isso, que se transforma num "arsenal" em suas mãos.
Quando sabemos que não fizemos algo, não falamos algo, não somos algo que alguém nos diz que fazemos, falamos ou somos, e mesmo assim perdemos a nossa paz, estamos sendo vítimas da falsa culpa e precisamos nos libertar. Esse sentimento é uma seta maligna que nos faz perder tempo e energia. A própria verdade dos fatos já deveria ser suficiente para nos absolver dela, mas muitas vezes ela está enraizada em nossos corações devido a culpas verdadeiras mal resolvidas do passado, ou devido a uma vida inteira sobrecarregada num relacionamento manipulador. Neste caso, não só a verdade é importante, como a renovação constante da mente, tendo pensamentos que sejam antídotos aos pensamentos que lhe aprisionam na falsa culpa.
Termino essa reflexão dizendo que Deus nos aponta o caminho para a libertação da falsa e da verdadeira culpa. A falsa, podemos vencer pela nossa identidade em Cristo, ouvindo de Deus quem realmente somos e colocando a opinião Dele acima de qualquer outra. A verdadeira, confessando e orando, e aceitando o amor de Jesus na cruz, onde todo o peso da nossa culpa foi, definitivamente, carregado.
Com o amor Daquele que nos libertou,
Adriana Garcia.

sábado, 23 de janeiro de 2016

O FIM É MELHOR DO QUE O COMEÇO!


O fim é melhor do que o começo!
Devemos nos concentrar naquilo que Deus está fazendo. As coisas podem mudar a qualquer momento em nossas vidas. Por isso, as circunstâncias não devem ter o poder de ditar nossa qualidade de vida. Ter a presença de Jesus é que faz toda a diferença. O primeiro milagre dele registrado na bíblia foi durante um casamento onde o vinho havia acabado. Um vexame muito grande para os donos da festa. Jesus transformou água em vinho e o vinho do final tinha qualidade superior ao vinho do início. O vinho do início pode representar aquilo que conseguimos com nossa própria força, baseado em nossa limitada opinião e insuficiente experiência. O vinho do final é baseado na intervenção divina e em nossa total dependência Dele em transformar uma situação de aparente derrota e vergonha em festa e realização com uma qualidade que nossas mãos jamais seriam capazes de produzir! Se a sua vida está nas mãos de Deus, se Jesus entrou em sua casa, o seu fim será superior ao começo! Apenas faça tudo que Ele mandar!
Adriana Garcia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

NÃO EXISTEM CRITÉRIOS PARA PERDOARMOS ALGUÉM


Sempre que escrevo sobre perdão, percebo que esse assunto nunca se esgota porque há muita confusão sobre o que é perdão. Não podemos praticar aquilo que nem mesmo sabemos o que significa. E se tentarmos perdoar numa perspectiva errada, é possível que não tenhamos, de fato, perdoado. A bíblia é o nosso manual e nela você pode encontrar tudo que precisa para ter um bom relacionamento com Deus, consigo mesmo e com o próximo. O perdão para com o próximo só é possível quando entendemos o perdão de Deus diante dos nossos próprios erros e pecados. É preciso reconhecer que os nossos pecados são tão graves que custaram a morte de Jesus. Por causa dessa morte, foi possível que Deus nos perdoasse. Nessa perspectiva, ninguém foi mais perdoado do que eu e exatamente pela única pessoa que não tinha obrigação nenhuma de fazê-lo. A perfeição e a justiça de Deus são suficientes para me condenar eternamente, mas Ele escolheu me perdoar. Então, porque nós, pecadores e limitados, temos tanta dificuldade de fazer o mesmo com quem errou contra nós?Isso parece até um absurdo: Um Deus perfeito oferece perdão a todas as pessoas, mas pessoas inperfeitas negam perdão a todas as pessoas igualmente imperfeitas ou a algumas delas. Portanto, perdoar alguém está mais ligado a você e ao perdão que você mesmo(a) recebeu de Deus do que ao nível de gravidade do erro ou a quem errou contra você! Essa verdade é a única mola propulsora que lhe levará à prática do perdão. Além disso, perdoar é um mandamento e não uma sugestão de Deus. Portanto, apesar da dificuldade emocional de exercitar esse mandamento, o que tem que ser feito é decidir fazê-lo, mesmo sem o consentimento das emoções. Precisamos decidir perdoar como um ato de obediência a Deus, priorizando o nosso relacionamento com Ele e uma vida de paz interior, sem contaminação da mágoa e sem alimentar raízes de amargura, pelo contrário, arrancando o ressentimento pela raíz. Se alguém insiste em não perdoar, talvez não tenha ainda experimentando o perdão de Deus em sua vida e por isso, se considera justo e constitui-se juiz da situação. Esse peso de juiz torna-se insuportável e impede que Deus entre na situação como Justo Juiz. Perdoar não significa concordar com o erro ou minimizar os prejuízos que lhe foram causados. Deus nos perdoa, mas não significa que Ele concorda com nossos erros ou que eles deixaram de ser graves porque foram perdoados. A gravidade do nosso erro nunca diminue por causa do perdão. Apenas quem teria o direito de cobrar por esses erros, decide cancelar a dívida. Perdoar não é achar que você está conivente com a impunidade, mas simplesmente é sair de cena e deixar que Deus cuide da pessoa e trate o erro dela. Quando tentamos punir alguém pelo que essa pessoa fez, acabamos assumindo um lugar que não é nosso, deixamos de ser vítima e nos tornamos vilões e perdemos a comunhão com Deus. Devemos nos lembrar que a nossa justiça própria é como "trapos de imundícia" (ou seja, é como pano sujo de menstruação). Esse é o nível máximo em que chegamos quando tentamos exercer a nossa justiça.
Mas falemos sobre a reconciliação que tem sido confundida com perdão. Muitas pessoas são cobradas a terem que reatar um relacionamento para provar que realmente perdoaram. Somos agentes de reconciliação e realmente  QUANTO DEPENDER DE NÓS, devemos ter paz com todos os homens. Quem escreveu isso foi o apóstolo Paulo e ele sabia que haveriam situações que fugiriam do nosso controle ao ponto de ser impossível manter a paz com algumas pessoas. A bíblia diz que nos últimos tempos, as pessoas serão irreconciliáveis. Isso acontece porque simplesmente pessoas não desejarão mudar, permanecerão em seus erros e isso as tornará pessoas de impossível convivência. Mas isso não significa que essas pessoas não devem ser perdoadas. Não existe critério para perdoarmos alguém. Os critérios existem na hora da decisão de voltar a conviver. Entenda que  há situações que a reconciliação independe de nós. Ela não irá acontecer baseada apenas em nossa vontade de voltar a se relacionar.  Por isso é importante fazer essa distinção entre perdão e reconciliação. As vezes, quem nos machucou já morreu. Como nos reconciliar? Porém, podemos liberar o perdão! Às vezes, a pessoa é um desconhecido que nunca mais veremos, por exemplo, um desconhecido que abusou de alguém na infância. Como reconciliar? Então, somente o perdão já será libertador. Às vezes, a pessoa que lhe machucou é do seu ciclo de amizades, é seu líder ou seu liderado, ou é até mesmo um parente muito próximo, como um cônjuge, um pai ou mãe, um filho, um irmão. Mas essa pessoa já demonstrou claramente que não quer mudar de atitude e algumas dessas atitudes são, inclusive, perigosas e criminosas. Neste caso, esta pessoa faz parte do rol dos irreconciliáveis que a bíblia relata. Mesmo assim, é possível perdoá-las ainda que jamais seja possível reatar a convivência. Reforço que a bíblia diz que SE POSSÍVEL, quanto depender de nós, devemos ter paz com todos. Isso significa que haverá situações em que mesmo fazendo nossa parte, a paz não será possível. Mas o perdão sempre é algo possível e depende apenas de você.
Essa distinção entre perdão e reconciliação também não tem o objetivo de você perdoar e já  predeterminar a distância da pessoa que você perdoou, sem nenhuma tentativa de reconciliação quando ela é totalmente possível (Isto é, quando há genuíno arrependimento e comprovada mudança de atitude da pessoa perdoada). Deus perdoa e busca a reconciliação, mas respeita a outra pessoa quando ela não deseja isso. Quando você perdoa e não tenta a reconciliação em situações possíveis, na verdade,  seu perdão torna-se uma decisão que demonstra orgulho, sua distância se torna uma forma de punir a pessoa "perdoada" e, ai sim, demonstra falta de perdão. Precisamos discernir entre a reconciliação possível e a impossível, pois ela não pode ser algo imposto e forçado. Depende do desejo de todas as pessoas envolvidas. Quando reconciliar torna-se uma tarefa impossível, não permita que a culpa aprisione a sua vida e escolha viver o perdão, que já é o bastante para ter paz com Deus!
Adriana Garcia

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

APÓS O PERDÃO, RECONCILIAÇÃO É APENAS UMA POSSIBILIDADE E NÃO A ÚNICA POSSIBILIDADE


Precisamos entender a diferença entre perdão e reconciliação. Muitas pessoas, inclusive,não perdoam porque acham que perdão e reconciliação são sinônimos, mas não são. Meu exemplo é DEUS. Ele perdoa incondicionalmente a todos, mas só se reconcilia com aqueles que aceitam o sacrifício de Jesus na cruz. Ou seja, o perdão é algo que deve estar a disposição de todas as pessoas, indiscriminadamente. Devemos perdoar como Deus nos perdoa. Mas a reconciliação (voltar a se relacionar) é opcional e depende de algumas condições sim! No caso de Deus, Ele só se reconcilia com quem deseja se reconciliar com Ele. Nós também devemos ter esse mesmo princípio. Nós somos obrigados a perdoar, mas jamais seremos obrigados a conviver com a pessoa perdoada e até mesmo a confiar novamente, pra provar que perdoamos. Faço uma matemática simples: perdão sempre depende de pelo menos uma pessoa (você). Reconciliação depende de, pelo menos, duas pessoas(você e a outra pessoa). Logo, nessa caminhada rumo à reconciliação, existe o livre arbítrio dado por Deus e não sou eu que vou tirá-lo de ninguém.
Existem pessoas que devemos perdoar, mas são péssimas ao ponto de mantermos distância e guardarmos o nosso coração para que ele não se exponha a novas feridas. A bíblia nos manda guardar o coração pois dele procede fonte de vida. Quando nos expomos a alguém perigoso, sem caráter, abusivo, sem arrependimento, ímpio, estamos correndo risco de morrer emocionalmente e até fisicamente. Não importa a gravidade da dor que alguém lhe causou, você precisa e deve perdoar. Não importa nem mesmo se esta pessoa se arrependeu ou não. Já quando se trata de reconciliação, o tamanho da dor precisa ser ponderado sim! O fato dessa pessoa estar verdadeiramente arrependida ou não, é decisivo para que se possa cogitar uma reconciliação. Só o arrependimento dos nossos pecados e o entendimento e aceitação do amor e perdão de Deus nos reconcilia com Ele. Isso não é diferente em relação ao próximo. Evite conviver com pessoas que não se arrependem e que insistem em machucar você! Isso se chama sabedoria e imposição de limites saudáveis. E isso também é uma demonstração de amor para com você mesmo e para com essas pessoas que precisam entender a necessidade de mudança e arrependimento. Se você perdoar e colocar a reconciliação no pacote, sem critérios claros, você acaba reforçando o comportamento errado que você perdoou e essa pessoa nunca enxergará a necessidade de fazer mudanças em sua conduta. Bom seria que em todas as situações fosse possível a reconciliação, assim como bom seria que todas as pessoas do mundo que já estão perdoadas por Deus, vivessem reconciliadas com Ele, mas isso não é real, porque as pessoas perdoadas têm liberdade de não mudar e de rejeitar esse relacionamento com Deus. Logo, não devemos nos obrigar a algo que Deus não nos obriga e que Ele mesmo não faz!
O perdão é algo que deve preceder a reconciliação. Muitas pessoas estão juntas, aparentemente reconciliadas, e nunca se perdoaram. O perdão é um mandamento e não uma sugestão. O perdão não leva em conta se a pessoa arrependeu-se ou não. O perdão é uma decisão e não um sentimento. Após o perdão, reconciliação é uma possibilidade e não a única possibilidade!. E mesmo que seja uma possibilidade real, há níveis de reconciliação que serão possíveis baseados no livre arbítrio das pessoas envolvidas. Espera-se o nível mínimo de convivência civilizada, mas em alguns casos, nem esse nivel é possível, especialmente quando a outra pessoa não oferece nem mesmo um convívio seguro e sadio. Deus nos conduza à obediência do perdão e nos faça trilhar com sabedoria esse caminho da reconciliação, quando possível.
Adriana Garcia